23 de outubro de 2017

Orientação Sexual ou Opção Sexual?

Ézio Pereira da Silva

Dentro do contexto da sexualidade humana,  nos  deparamos, atualmente, com algo sutil no que se refere ao significado das palavras e suas aplicações, conforme o interesse desejado.

Trata-se do termo Orientação Sexual,  abundantemente utilizado hoje nas camadas elitizadas da sociedade formadora de opinião, principalmente nos meio de comunicação. 

A expressão Orientação Sexual que os ativistas gays, juntamente com a mídia, astutamente passaram a usar para indicar e autenticar a prática homossexual, é uma manobra linguística que resolveram adotar mais recentemente, em substituição ao termo correto Opção Sexual, usada anteriormente.

A intenção deles é abafarem a voz crítica e indesejável de suas consciências, na tentativa de se eximirem da culpa que possuem, e colocar a responsabilidade sobre Deus.

Isso porque, ao utilizarem a palavra Opção, a responsabilidade cai implacavelmente sobre eles, por escolherem deliberadamente suas práticas antinaturais e abomináveis.

Com o uso da locução Orientação Sexual, eles suavizam mais as suas consciências, fazendo com que a responsabilidade de seu comportamento recaia sobre o Criador, já que, segundo querem fazer entender, Deus os teria criado sob a condição homossexual, contemplada pela diversidade de gênero. 

De acordo com essa teoria, não resta à pessoa outro comportamento se não o de aceitar pacificamente a sua condição imposta por Deus. 

Ou seja, ela deve seguir a orientação com a qual foi criada. Precisa se submeter à prática depravada, já que Deus lhes teria criado sob essa exigência. Assim, a pessoa não tem culpa de nascer gay. Deus a fez assim! Comportando dessa maneira, o indivíduo estaria simplesmente seguindo a orientação do Criador.

Com isso, eles criaram uma forma ardilosa de aplacarem sua consciência, uma vez que esse comportamento é algo abominável, contrário à natureza e que traz sérias consequências presentes e eternas.

O termo correto sempre foi e continua sendo Opção Sexual, tendo em vista que as únicas orientações com as quais Deus dotou o ser humano foram: Macho e Fêmea. Não existem outras!

Geneticamente, não existe nenhuma orientação homossexual.

Quando alguém opta por outra prática fora do natural que Deus estabeleceu, a responsabilidade é exclusiva e completamente de quem a pratica.

Volto a afirmar: no gênero humano não existe nenhuma orientação homossexual. O que há é uma escolha deliberada de muitos da
prática homossexual.

Por isso, é falsidade, engano e mentira usar a palavra Orientação para a prática homossexual.

Orientação para o gênero humano só existem duas: Masculina e Feminina.

A prática homossexual é escolha deliberada. É Opção Sexual!

E a responsabilidade é do ser humano e não de Deus.

Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! - Isaías 5:20.


"Produz uma imensa tristeza pensar que a natureza humana fala, enquanto o gênero humano não escuta" (Victor Hugo).



Imagem: Wikimedia Commons

9 de outubro de 2017

A Vitória do Cordeiro de Deus

Ézio Pereira da Silva

... continuação do artigo "O Plano Eterno de Deus". Caso não tenha lido, acesse este link.

4) Jesus Cristo - O Soberano Absoluto. O Supremo representante da raça humana.
"E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés... Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos". - 1Co 15.24-28.

A responsabilidade pela criação e estabelecimento do ser humano no mundo na condição de pecador é de Deus. Contudo, Ele não é injusto.  Possuindo um caráter total e plenamente justo, Deus não abdica de suas atribuições, respondendo, ele mesmo, pelas suas ações.


Por isso, também, Ele enviou Jesus para assumir e levar sobre si essa responsabilidade. A pesadíssima carga foi colocada sobre os ombros de Jesus. Deus não fica devendo nada a ninguém! Na verdade, ele assumiu tudo o que planejou! "Fez a ferida e a curará" - Os 6.1; Is 30.26; 52.13-53.12.

Em um esforço supremo, tente imaginar a extraordinária e magnífica importância do Plano Eterno de Deus. Era e é tão enorme, que foi necessária a encarnação de Deus, Jesus Cristo, sujeitando-se a grande e intenso sofrimento e morte cruel. 

Com efeito, para a extinção da essência do mal no universo, a intervenção pessoal de Deus na raça humana se fazia imprescindível.

Nunca houve nem haverá em toda a história da humanidade e do universo algo semelhante, que se compare ao Plano Eterno de Deus. Ele é eterno e se estende de eternidade a eternidade. Ultrapassa os limites de todas as ciências e do conhecimento humano.

Da parte de Jesus, não foi apenas um sofrimento atroz, cruel, inimaginável! Nem, tampouco, apenas algo insuportável para o ser humano. Muito mais que isso! O que elevou ao infinito a aflição de Jesus como algo nunca imaginado por qualquer criatura humana, foi o fato de ser Ele o amoroso Criador daqueles que o supliciaram.

Essa condição, por si só, agravou infinitamente a dor profunda e a humilhação dele em seu martírio. Que sofrimento doloroso ele suportou ao ser totalmente desprezado, afrontado, abusado, torturado e morto pelo ser que havia criado com total, profundo e completo amor!

Nunca houve até então, nem nunca haverá fato semelhante a esse! Acontecimento singular, sem paralelo nem repetição em toda a história universal.

Como foi o processo?

Ao chegar a plenitude dos tempos, ou seja, o tempo certo, ideal, preparado, exato, marcado e determinado, Deus, então, dando prosseguimento à sua teodiceia, dentro de seu Plano Eterno, envia à insignificante aldeia de Nazaré da Galiléia, em Israel, um mensageiro angelical.

O anjo Gabriel visita a humilde cidade para noticiar a uma virgem mocinha, chamada Maria, pertencente à tribo de Judá, que Deus vai realizar uma incursão pessoal na terra. Mais propriamente, uma interferência na raça humana, fazendo brotar da raiz de Jessé um renovo.

Seria levado em consideração, no entanto, a existência de uma condição legal de entrada na terra: O planeta destina-se apenas ao ser humano e o meio para entrar nele é através do nascimento físico (Sl 115.16)*. Deus, então, providencia a concepção humana de Jesus, através do Espírito Santo colocando no útero de Maria a semente de vida.

A terra é, legalmente, de propriedade do ser humano, doada pelo próprio Deus. Ainda que, talvez, possa ser apenas como depositário mas, a posse legal é dele. E essa posse ele a entregou a Satanás, juntamente com o domínio de sua vida.

Como Adão foi o responsável pela queda do homem, isto é, quem entregou a Satanás legalmente, de sua livre e espontânea vontade, o direito de propriedade sobre a sua própria vida e, por descendência natural, a vida de toda raça humana, tornando-se ela escrava (2Pe 2.19), apenas outro ser humano poderia reaver esse domínio.

Observe que Satanás não forçou ou obrigou o homem. Ele apenas o iludiu, com base na cobiça do ser humano. Ele subjugou a si a humanidade! Usurpou através da sagacidade. Nos tempos antigos, quem conquistava um reino, não importando se à força ou não, tinha o domínio legal sobre ele.

Satã confessa isso quando disse a Jesus na tentação: "... Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser"! - Lucas 4.6. E Jesus não desmentiu o Tentador sobre essa entrega voluntária e legal que Adão lhe fez.

Satanás se enganou ao pensar que derrotaria Jesus, atacando-o com dúvidas a respeito de sua identidade eterna e de sua filiação ao Pai, utilizando sua arma mortal insufladora de desejos incontroláveis de apetites humanos de sobrevivência física. Ouviu o retumbante "...está escrito..."! - Mt 4.4.

Quando o adversário percebeu que Jesus utilizara a Palavra de Deus, quis alcançar supremacia usando, estrategicamente, a mesma fonte de autoridade aplicada pelo Mestre: a Palavra. 

Entrementes, logo percebeu que distorcer a Palavra para o seu próprio Autor (o mesmo ardil que empregou com Eva, no Jardim) não lograria êxito frente à emenda contraditória e repressora de sua "interpretação" premeditada e  maliciosamente deturpada das Escrituras - "... também está escrito..."! - Mt 4.7.

Satanás sofreu sua derrota devastadora no primeiro embate com Jesus, ao ouvir dele a ordem impositiva para se retirar, sob a sentença de que o Único que tem o direito de ser adorado é o Pai - "... Retira-te, Satanás, porque está escrito..."! - Mt 4.10.

Para efetivar o resgate, no entanto, a exigência, segundo a lei de Deus, era a expiação do pecado pelo sangue - Lv 17.11. De fato, "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb 9.22). O sangue para a redenção do ser humano precisava ser Inocente, puro e incontaminado.

A fim de não trazer em si mesma a natureza pecaminosa da raça humana contaminada pela ação de Satanás, o ente humano a ser gerado não poderia ser resultado da relação conjugal de um casal.

Objetivando não se contaminar com o pecado original que, imperiosamente, foi passado a todas as pessoas nascidas na terra, Jesus deveria nascer de uma virgem.

Assim, o Deus Todo-Poderoso, consegue, então, pelas vias legais, colocar na face da terra um homem puro; um ser humano sem contaminação*. Deus, como é justo, não infringiu a lei que ele mesmo estabeleceu.

Dessa forma, Deus, pelas vias legais* do nascimento físico humano, está trazendo à existência na terra o seu próprio Filho, que se chamará Jesus.

Chegada a data de seu nascimento, Herodes, o Grande, o rei que representava o Império Romano na Judeia, procurou com todas as suas diligências aquela criança indesejada, a qual aspirava matar, motivo apresentado por ele para assassinar outras crianças inocentes.

No final da saga humana, na eternidade futura, Herodes ainda irá se encontrar e se ajoelhar perante aquela criança, cujos pais o levaram para o Egito, fugindo da astúcia e sanha criminosa desse rei. Só que em condições nada semelhantes àquele fatídico contexto histórico da região de Belém, da Judeia.

A História continua!

Conforme deixei indicado no texto anterior, Jesus é a figura central, em volta da qual todo o Plano de Deus foi idealizado e está sendo executado. Ele é a mente controladora por detrás de tudo. O legítimo e o representante por excelência da raça humana.

Na caminhada para a última semana de sua vida, e quando vai se aproximando a hora, Jesus vai viver, sozinho, os últimos e mais terríveis momentos de sua trajetória aqui na terra.

Jesus é o centro de todo o universo. Tudo está orbitando em volta dele. No palco, Jesus está atuando magistralmente! Ele vai realizar agora o maior, mais profundo, significativo e extraordinário ato jamais visto e protagonizado por qualquer espécie de ser. 

Com sua batuta, regência, maestria e em unidade perfeita com o Pai, Jesus vai comandar, pessoalmente, os momentos finais e as horas mais difíceis do Plano Eterno de Deus.

Jesus era o ponto de convergência naqueles dias e detinha o controle absoluto de todas as coisas, acontecimentos e pessoas, quer estivessem conscientes disso ou não, de modo que fosse levado a efeito na sua inteireza o Plano de Deus - Jo 19.10-11.

Escribas, fariseus, sinédrio, sacerdotes, império romano, príncipes, rei, governador, discípulos, familiares, guardas romanos, autoridades de Israel, comandantes, reino das trevas, reino celestial, os universos físicos e espirituais, enfim, tudo! Todas as atenções estão voltadas para aquele personagem em Jerusalém naquele dia. Jesus comandava todo o espetáculo!

Sem nenhuma violência, através de sua morte voluntária e vicária, ele vai destronar Satanás do seu poder e proclamar a liberdade para o ser humano reencontrar-se com Deus.

Não eram marionetes! A liberdade de cada um estava preservada, sendo exercida livremente mas, a despeito disso, tudo deveria contribuir para o cumprimento do propósito eterno e soberano de Deus.

Tangendo o relato principal, dramas profundos de Jesus em conexão direta ou indireta com os seres, personagens, fatos, acontecimentos e momentos diversos relacionados a seguir, poderiam ser narrativas extraídas isoladamente de sua vida e acrescentadas legitimamente à sua história.

Jesus e os cravos da cruz;
Jesus e a viúva pobre no gazofilácio;
Jesus e o Monte das Oliveiras;
Jesus e o cálice da amargura;
Jesus e seu suor como sangue;
Jesus e os mestres da lei e os saduceus
Jesus e o Sermão Profético;
Jesus e os tributos;
Jesus e os cambistas vendilhões no templo;
Jesus e o rei Herodes, o Grande;
Jesus e Pilatos;
Jesus e o rei Herodes, a Raposa;
Jesus e a mulher de Pilatos;
Jesus e as mulheres de Jerusalém;
Jesus e o centurião da crucificação;
Jesus e os ladrões crucificados;
Jesus e Nicodemos;
Jesus e José de Arimatéia;
Jesus e sua mãe;
Jesus e a Eira de Araúna (Monte do Templo);
Jesus e o Gólgota;
Jesus e a lavagem dos pés dos discípulos;
Jesus e a Via Dolorosa;
Jesus e Jerusalém;
Jesus e Pedro;
Jesus e a Santa Ceia;
Jesus e a queda dos soldados no Getsêmani;
Jesus e o galo cantador;
Jesus e as doze legiões (cerca de 82 mil) de anjos;
Jesus e o julgamento noturno ilegal;
Jesus e Judas;
Jesus e os guardas do sepulcro;
Jesus e Maria Madalena;
Jesus e João;
Jesus e os anjos na ressurreição;
Jesus e seus irmãos;
Jesus e o guarda esbofeteador;
Jesus e os sumos sacerdotes;
Jesus e Barrabás;
Jesus e os sacerdotes;
Jesus e Simão, o Cirineu;
Jesus e os soldados flageladores;
Jesus e o anjo consolador;
Jesus e Malco;
Jesus e o jumentinho (emprestado);
Jesus e o Templo;
Jesus e o proprietário do jumentinho;
Jesus e a meteorologia;
Jesus e o terremoto;
Jesus e os túmulos abertos;
Jesus e o jovem coberto com um lençol;
Jesus e os ressurretos;
Jesus e João Batista;
Jesus e o véu do templo;
Jesus e as falsas testemunhas de acusação;
Jesus e a figueira infrutífera;
Jesus e os anciãos dos judeus;
Jesus e as 30 moedas de prata;
Jesus e o carpinteiro da cruz;
Jesus e a coroa de espinhos;
Jesus e a lança que o traspassou;
Jesus e o homem com um cântaro de água;
Jesus e o frio do inverno;
Jesus e o dono do cenáculo;
Jesus e o Sinédrio;
Jesus e seu cansaço, desgaste e noite em claro - do Getsêmani à cruz;
Jesus e o Império Romano;
Jesus e os dois discípulos de Emaús;
Jesus e Tomé;
Jesus e o soldado que o traspassou;
Jesus e as profecias;
Jesus e os soldados que sortearam sua túnica;
Jesus e a Páscoa;
Jesus e suas vestes;
Jesus e o tecedor da coroa de espinhos
Jesus e a cruz;
Jesus e a sua sepultura (emprestada);
Jesus e o Pai;
Jesus e o Sermão Profético;
Jesus e os ramos;
Jesus e sua alimentação na prisão;
Jesus e o vinagre;
Jesus e o fel;
Jesus e o Espírito Santo;
Jesus e as pedras que clamariam;
Jesus e os barquinhos no Mar da Galiléia;
Jesus e a bacia com água e a toalha;
Jesus e as duas espadas;
Jesus e as Escrituras;
Jesus e Satanás;
Jesus e os demônios;
Jesus e o vaso de alabastro (doado);
Jesus e Lázaro;
Jesus e o sol, a lua e as estrelas.

Esses detalhes devidamente abordados numa reflexão, certamente contribuiriam para fornecer um conhecimento e entendimento mais amplos e profundos do maravilhoso ser e figura singular que é Jesus.

Atos graciosos da vida de Jesus são profusos. Na sua singularidade foi o motivo da libertação de Barrabás e da reconciliação entre Herodes e Pilatos (Lc 23.12). Tal evento revela um pouco da riqueza benevolente do amor, paz, poder, humildade, caráter e influência que irradiavam de Jesus.

Agora, a última semana da vida de Jesus na terra está chegando ao fim.

Tudo deverá contribuir plenamente para o perfeito desenrolar e desfecho do Plano de Deus, com vista à redenção da humanidade e a aniquilação da essência do mal. O que, de fato, aconteceu! Tudo, como estava previsto. Deus vela pela sua Palavra para a cumprir - Jr 1.12.

No contexto desses últimos acontecimentos, Satanás e seus anjos prosseguem arregimentando seus agentes para conseguirem de Jesus a desistência de sua missão salvadora.

A antiga serpente estava jogando suas cartadas finais. Não era seu objetivo contribuir para a morte de Jesus. O que ela desejava era infligir sofrimentos intensos em Jesus com o objetivo de fazê-lo desistir da cruz.

Satanás instiga seus asseclas a acenarem para o Nazareno com a liberdade e o alívio das dores lancinantes que ele poderia obter ao descer da cruz. Sua maior esperança, que alimentava seus esforços e ataques, era que Jesus renunciasse ao sofrimento - Mt 16.23.

Quando Satanás imaginava ter obtido êxito, garantida a vitória e que tudo parecia ter chegado ao fim para Jesus, ele se depara com o silêncio demolidor do Filho de Deus. De nada adiantou! Jesus tinha decidido se entregar como um cordeiro mudo! Deus estava agindo de forma plena dentro de seu Plano Eterno.

À essa altura, pode surgir uma pergunta: - "Por que, então, Satanás usou Herodes para perseguir Jesus e levá-lo à morte"? "O rei ordenou a execução de todas as crianças de dois anos para baixo, pensando que, dessa forma, apanharia Jesus".

De fato, a lógica maligna da realidade era a seguinte.

Eliminar Jesus ainda criança atenderia aos propósitos do inimigo porque, assim sendo, ele (Jesus) não se ofereceria a si mesmo para o sacrifício, visto que, como criança recém nascida, não era dotado de capacidade de decidir pela razão. Jesus não possuía, ainda, vontade própria nem consciência para se entregar voluntariamente. Dessa forma, seu sacrifício seria ineficaz, visto não ter valor legal. Deus é justo!

Alguém pode argumentar: - "Mas, era Jesus! Ele tinha poder para fazer isso"! A despeito da autenticidade dessa afirmação, a verdade dominante é: Não! Ele não podia! Lembre-se de que Jesus era um ser humano completo e, nessa condição, ele não podia fazer isso! Possuía limitações como qualquer humano.

Não é muito difícil imaginar um diálogo que o Pai poderia ter tido com o seu Filho Jesus, por ocasião de sua entrega total para a morte, a qual foi motivo de seu pedido por três vezes, e sua agonia no Jardim do Getsêmani: - "Pai, se possível, passe de mim este cálice"! - Mt 26.39-44.

Efetivamente, não havia um possível "plano b"! Uma segunda opção. Nenhuma alternativa! Deus não tinha como inventar qualquer coisa de forma legal e justa. Só havia esse caminho! 

É como se o Pai, respondendo, dissesse: - "Meu Filho, é impossível! A única maneira de aniquilar a essência do mal, redimir a humanidade e a natureza é entregar a sua vida! Você deverá fazer isso sozinho porque, se eu não abandoná-lo para esse ato, eu poupo a sua vida e a humanidade estará perdida para sempre".

E foi o que, realmente, ficou acordado e concluído no Getsêmani. Jesus confirmou a sua entrega ao Pai. Ele havia vindo para essa finalidade e esse momento.

Lembre-se de que, na verdade, quem está entregando Jesus à morte não é o diabo mas, o Pai e Ele (Jesus) mesmo! Ele disse: "... eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la..." - João 10.17-18.

Por isso, a luta de Satanás para fazer Jesus desistir do sofrimento e da cruz. Uma dessas ocasiões, por exemplo, foi bem clara! Pedro repreendendo Jesus para Ele não ir à cruz.

Atente para essa importante observação! Na tentação no deserto, o diabo não exigiu nenhum sacrifício de Jesus! Ao contrário; só acenou com facilidades! - Mt 4.1-10.

Guarde isso! A morte voluntária de Jesus na cruz era a derrota de Satanás. Por isso, o seu esforço para que Jesus não renunciasse a si mesmo nem se entregasse à morte.

Sem alternativas, ele se viu obrigado a prosseguir, oferecendo condições para o assassinato de Jesus, cujo crime lhe traria a derrota definitiva. Não deve ser esquecido que o Plano de Deus estava em curso (como ainda continua) e que o autor do pecado deveria provar o seu próprio veneno - Sl 7.16. Seria usado por Deus para promover a sua própria destruição, contribuindo efetivamente para a imolação do Cordeiro de Deus.

"Deus meu! Deus meu! Por que me desamparaste"? O Pai teve de desamparar o Filho, para que ele se entregasse completamente ao sacrifício. De outra forma, o Pai não o deixaria morrer. Mas, era necessário! Abraão entregou Isaque! Um ato profético! O Pai faria a mesma coisa!

Ao dar o brado "tudo está consumado" e expirar, Jesus conquista a vitória e toma de volta, legalmente, a chave das mãos do diabo. Isto é, Ele resgata o domínio legal e total do Criador sobre a raça humana e toda a sua criação, o qual Adão havia entregue a Satanás no Jardim do Éden - Cl 2.14-15.

Agora ele vai proclamar, de imediato, no mundo dos fisicamente mortos, a sua vitória plena e eficaz. Proclama que venceu e destruiu o diabo, que tinha o poder da morte e, consequentemente, possuía o domínio sobre a raça humana - Hb 2.14-15; Ap 1.18.

Levantai ó portas as vossas cabeças! Levantai-vos ó entradas eternas.... Sl 24.7-10.

Com essa atuação estupenda, magistral, única, colossal, singular e fenomenal, Jesus Cristo, sob os olhares de todo o multiverso animado e inanimado, conclui a parte do resgate da humanidade e de toda a criação para Deus, dentro de seu Plano Eterno.

Após essa proclamação portentosa, Satanás receberia o golpe fatal ao amanhecer do terceiro dia, quando Jesus foi poderosamente levantado do túmulo por Deus. Com a ressurreição, estava consumada e selada a sentença condenatória do diabo, que já havia sido decretada pelo Pai, o Deus Todo Poderoso, no seu Plano Eterno, bem como a anulação dos efeitos da morte, sua arma fatal, 

Tendo conquistado, literalmente, todas as coisas, Jesus agora vai reinar assim, conforme registrado em 1Co 15.24-27, até concluir a destruição final das consequências da essência do mal, provocadas pela sua disseminação através do pecado, com dois efeitos retroativos, definitivos e eternos:

Primeiro, a destituição da essência do mal e seu poder destruidor e mortal, juntamente com o seu agente, Satanás;
Segundo, o resgate da oportunidade para o ser humano se voltar para Deus.

Considerações finais.

Precisam ser consideradas três etapas na obra de Jesus, como Deus, que ele é; e como representante legítimo da raça humana, ser humano que ele é; com a condição singular de ser o único santíssimo e impecável:

Primeira - a submissão do Cordeiro: desde sua disposição em descer à terra, renunciando momentaneamente à sua glória, em rendição completa, absoluta, perfeita ao Pai e, sacrificialmente, ao ser humano, na vida, no jardim e na cruz - Jo 1.29; At 8.32; 1Co 5.7; Fp 2.5-11; 1Pe 1.19;

Segunda - a missão e vitória do Cordeiro: conquistada e conseguida como resultado de sua entrega total, suplício, morte e ressurreição - Ap 5.6-14; e,

Terceira - a ira do Cordeiro: quando descer novamente à terra pessoalmente para destruir, literalmente, o domínio de Satanás, de seus agentes e reinos humanos perversos que, atualmente, ainda exercem sobre a humanidade dominada e cativa - Ap 6.16; 14.9-11; 17.14; 19.11-21.

Qual é o resultado, objetivo, consequência última do mal? É a morte, aniquilação, eliminação de toda a criação de Deus. Por isso, Jesus está reinando até que o Pai coloque debaixo dos pés dele todos os seus inimigos - 1Co 15.24-28.

Se Satanás usou a humanidade de Adão para disseminar o mal através do pecado, Jesus se humanizou para, através de seu corpo, destruir a raiz do mal, alimentadora do pecado.

Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, primeiro destruiu o diabo que tinha o poder da morte - Hb 2.14-15.

Finalmente, com a destruição da própria morte (1Co 15.26), Jesus, o Cordeiro de Deus, dará conclusão para a eternidade infinita, do extraordinário, secreto (talvez por isso, inúmeras vezes incompreendido), ignorado, profundo e extensivo PLANO ETERNO DE DEUS.

Glória, pois, ao Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo, pelos séculos dos séculos!

* Valnice Milhomens (Aliança de Sangue).


Foto: Panoramio.com

30 de julho de 2017

O Plano Eterno de Deus

Ézio Pereira da Silva

"... ele faz coisas grandes e inescrutáveis e maravilhas que não se podem contar;" - Jó 5.8.
"O SENHOR fez todas as coisas para determinados fins e até o perverso, para o dia da calamidade." - Pv 16.4.
"Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!" - Rm 11.33.


Algumas verdades bíblicas há que, se consideradas, de fato, como pontos-chave, poderão facilitar o entendimento, esclarecer questionamentos que povoam as mentes de muitos, e proporcionar respostas a várias indagações que temos nesta vida rumo à eternidade.

 
Observando esses princípios, várias dificuldades encontradas na Bíblia que não precisam existir, deverão ser suprimidas e dúvidas contornadas, podendo ser desvendados vários textos das Sagradas Escrituras ainda reputados como obscuros e de difícil compreensão.

Essas verdades devem ser acolhidas tendo como fonte o Deus Todo-Poderoso, o Ser supremo e Criador do universo, e eliminando, a todo custo, toda e qualquer tentativa de diminuir Deus em seu caráter, amor, soberania, atributos, bondade, integridade, justiça, fidelidade, poder, santidade e perfeição.

A propósito, dois dos atributos de Deus mais questionados são a Bondade e a Justiça. Seguidos, talvez, pelos da Onipotência e Onisciência. Quase toda adversidade que ocorre com algumas pessoas, Deus logo já é questionado: "Deus é injusto!" ou "Deus não é bom!"

Além disso, várias expressões demonstram com real clareza a concepção que outros possuem de Deus: "Será que Deus pode?" "Deus não sabia que ia acontecer!" "Deus foi pego de surpresa!" "Deus não esperava isso!" "Deus teve seus planos frustrados!". Esquecem, ignoram ou desconhecem Jó 42.2.

Em toda e qualquer situação, atente nessa sentença máxima: não diminua Deus em nenhum de seus atributos. Por quê? Porque isso conduz a todo tipo de erros e às mais diversas e danosas heresias.

Ou seja, reconheça Deus exatamente como a Bíblia o descreve.

Tenho percebido que, com exceção do emblemático problema da origem do mal, um mistério nebuloso que há séculos continua sem solução, muitos outros só permanecem sendo um enigma porque alguns elementos, fundamentais para uma sadia interpretação das Escrituras, são desconhecidos ou ignorados.

Sem presunção, com humildade, simplicidade, e com base no conjunto de todo o conteúdo bíblico sem, contudo, me fixar em um texto especifico, ofereço logo à frente uma sugestão do que eu imagino ser um possível entendimento para o problema do mal moral.

Não deve ser ignorado que a maior parte dos problemas do ser humano, ou mesmo a totalidade deles, tem como raiz o fato de ele possuir uma imagem distorcida e um conceito inadequado de Deus e não o aceitar como, na realidade, ele é.

Por essa razão, é indispensável que se tenha conhecimento de quatro fatores basilares determinados por Deus, os quais, se observados em conjunto, poderão se transformar em elementos elucidativos de muitos questionamentos.

Três desses fatores são abordados a seguir. O último, que versa sobre Jesus Cristo, em razão da sua singular e superior importância, terá um tratamento especial em outro artigo.

Cada um desses elementos desempenha um papel, uma função essencial nos propósitos eternos de Deus. São eles:
- O Plano Eterno de Deus;
- Lúcifer - O Agente Executivo da Essência do Mal;
- O Ser Humano - O Duplo Agente de Deus; e,
- Jesus Cristo - O Soberano Absoluto. O Supremo representante da raça humana.

Entendido isso, vamos pensar um pouco nesses elementos.


1) O Plano Eterno de Deus

Existe uma diversidade de planos secundários de Deus atendendo inumeráveis finalidades. Entretanto, o objeto da presente abordagem se limita quase exclusivamente ao seu Plano Eterno Principal, no qual estão contidos todos os demais. Além dos individuais que ele tem para cada ser humano

Para se referir ao Plano Eterno de Deus e proporcionando uma melhor compreensão do tema, os textos sagrados utilizam alguns sinônimos, tais como: propósito, conselho, projeto, desígnio, etc.

Nos infinitos cosmos tanto físicos quanto espirituais, visíveis como invisíveis, existe em andamento e em plena execução um amplo, profundo, sábio, abrangente, justo e amoroso Plano Eterno de Deus, de dimensões eternas e com objetivos definidos. Entre estes está o de destruir por completo o princípio ou a essência do mal.

Sendo total e amplamente vasto, esse Plano em curso, sob a direção suprema do Deus Todo-Poderoso, trabalha em benefício de todas as suas criações imagináveis e inimagináveis, passadas, presentes e futuras, com toda sua constituição e tudo que nelas há e que ainda possa haver.

Não está fora de cogitação, sendo plenamente possível que, em sua vontade perfeita, propósitos, soberania e sabedoria, Deus objetive, com esse Plano, estabelecer uma civilização (ou várias), um mundo novo (ou vários), um multiverso de impensável, completa e perfeita felicidade, justiça, amor, harmonia, santidade e perfeição.

Tendo sido iniciado em eras remotas eternas, conforme seus eternos propósitos, Deus idealizou, providenciou e estabeleceu os recursos imprescindíveis à execução desse Plano Eterno, o qual, partindo da eternidade passada, atua em todo seu percurso, atravessando as gerações até penetrar na eternidade futura.

Dentro desse Plano e de acordo com os seus ideais, Deus designou dois dos elementos referidos anteriormente: Lúcifer e o Ser Humano, como os agentes para ativar e operacionalizar o mal. 

Isso eles fizeram (e continuam fazendo) por meio de impressões latentes na alma e espírito (pensamentos, sentimentos...), que são os pecados interiores, e infinitas manifestações exteriores, que conhecemos como pecados expressos ou manifestos.


2) Lúcifer - O Agente Executivo da Essência do Mal

Esse ente espiritual, conhecido como Lúcifer, foi idealizado, projetado, criado e dotado de capacidade, inteligência, sagacidade, astúcia, poderes suficientes e designado por Deus, exata e precisamente para essa finalidade: ser o eficaz representante e o agente executivo do Todo-Poderoso, qualificado para absorver e representar o princípio ou a essência do mal moral.

Para reunir essas qualificações, não poderia ser ele um simples anjo, nem arcanjo, nem serafim mas um querubim, um tipo alado pertencente a uma hoste de seres angelicais de ordem superior.

Especificamente em seu caso, um querubim com características especiais em esplendor, inteligência, poder, perfeição, glória e majestade, superiores à sua própria categoria e às demais classes angelicais.

Criado, logicamente, em um nível imediatamente abaixo tão somente ao da Trindade Divina, no entanto, infinitamente inferior a Ela em todos os aspectos e cogitações.

Penso ser razoável assentir que o objetivo de Deus consistiu em concentrar em Lúcifer a totalidade da essência do mal, com toda a sua intensidade, influências, abrangência e efeitos, fornecendo-lhe as condições, poder e qualificação necessárias para materializar o mal.

Dessa forma, o mal moral estaria sintetizado, condensado e potencialmente corporificado em Lúcifer, de forma que este se convertesse em sua legítima e eficaz personificação e promovesse a sua manifestação.

Minha modesta sugestão (sujeita a aperfeiçoamento) é que o mal sempre existiu. De índole ruim e oposto ao bem, coexistia com este, como um princípio inativo na natureza, na infinita eternidade passada; em decorridos e inimagináveis tempos. Algo como uma cosmogonia anterior a desconhecidas, insondáveis e inexploradas eras primitivas eternas.

Imaginações me levam a considerar que, de alguma forma, a necessidade do mal ser ativado e as manifestações exteriores de seu caráter perverso disseminadas através de atos concretos, efetivadas tanto por Lúcifer quanto pelo ser humano, se mostravam como o único meio capaz de viabilizar a sua total e eterna aniquilação.

Com efeito, o princípio ou essência do mal seria despertado e ativado por Lúcifer e, através de ações, disseminado, com o auxílio do ser humano.

Com essa providência, Deus aniquilaria para sempre a maldade em toda a extensão, níveis, espécies e conteúdo de suas criações.

Agora, atenção! Com o objetivo de evitar compreensões equivocadas e pensamentos atribuindo a Deus a autoria do mal, observe a seguinte e importante informação: Deus NÃO criou Satanás! Ele não criou o mal nem é o seu autor! Ele criou Lúcifer! O que é total e completamente é diferente! 

Deus criou Lúcifer íntegro, sem defeito e sem pecado! Ele ainda não era o mal personificado. Era um querubim; um ser angelical perfeito e esplendoroso - Ez 28.12-15.

A verdade é que Lúcifer (o que brilha) se tornou Satanás (adversário) de Deus, somente depois de ter sido possuído pelo pecado, atraindo a si, e absorvendo em sua própria natureza, toda a essência ou princípio do mal.

Mesmo sendo o mentor e supremo comandante executivo do mal, ele não possui liberdade ilimitada para fazer tudo o que deseja, senão apenas aquilo que Deus determina ou permite, tendo, assim, um raio de ação limitado e sujeito às ordens soberanas do Todo-Poderoso.


3) O Ser Humano - O Duplo Agente de Deus

Extremamente frágil, limitado e débil, o ser humano foi criado dessa forma, atendendo um dos objetivos (existe outro) de sua criação por Deus, para que pudesse ser o agente criador, concretizador e disseminador de pensamentos, sentimentos, ações e reações perversas, denominados de pecados, que são reais expressões da essência do mal.

Tais coisas Lúcifer não poderia fazer sozinho, sem a cumplicidade do ser humano. Nem mesmo auxiliado pelos anjos que, juntamente com ele, se rebelaram contra Deus.

Concomitantemente, com as mesmas características de suas fragilidades, foi também talhado para cumprir outra finalidade diametralmente oposta: ser o instrumento de Deus, designado para testemunhar aos seus semelhantes a oportunidade de serem salvos para Glória e louvor do seu Nome.

O ser humano é pois, simultaneamente, instrumento de Deus em dois seguimentos opostos e paralelos:
1) agente do pecado, coadjuvante de Lúcifer (possuído pelo mal);
2) agente do amor, mensageiro de Deus (possuído pelo Espirito Santo).

O gênero humano foi e continua sendo usado por Deus de duas maneiras distintas, que poderíamos chamar de Dualismo Sobrenatural. Uma, como escravo do mal e do pecado; outra, como instrumento do Espírito Santo. Dois modos totalmente diferenciados e conflitantes porém, dentro de um objetivo amplo.

O alvo de ambas as missões do ser humano, embora instrumentalizado de formas diferentes, percorrendo dois caminhos diversos, visou um propósito tríplice: a) destruir definitivamente a essência do mal; b) elevar a raça humana à condição de eterna e perfeita felicidade; c) magnificar a Glória eterna de Deus.

Tanto no papel de agente do mal ou como instrumento do Espírito Santo, em ambas as situações e de maneira diversa, seria usado para cumprir os propósitos de Deus.

Os caminhos do Senhor são magníficos, perfeitos e insondáveis. Felizes são aqueles que confiam plenamente no seu amor, bondade, poder e sabedoria!



Referências bíblicas auxiliares para melhor entender este artigo:

Eternidade - 1Cr 16.36; Ne 9.5; Sl 41.13; 90.2; Dn 2.20; 7.18;
Plano Eterno - At 4.27-28; Ef 1.9-11; 3.3-6, 9-11;
Determinismo - Pv 16.4; 
Novas revelações - Jo 16.12-14; 1Jo 2.27; 
Satanás: rédea curta - 1Re 22.21-23; Jó 1.12; 2.6; Mt 4.10; Lc 8.32;
Ser humano: usado por Deus - 2Sm 12.11-12; 1Re 12.15, 24; Ez 7.21-24; Jo 19.10-11; At 2.23; 4.26-28; Rm 9.17, 20-22;
Ser humano: cúmplice do mal - Gn 3.15; 6.4; Jz 19.22; 1Re 22.21-23; 1Cr 21.1; Lc 22.3; Jo 13.27; At 5.3; Rm 1.24, 26, 28; 2Co 11.14-15; 12.7; 2Ts 2.11; Jo 13.2.

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Obs. 
Breve a segunda parte deste assunto, conteúdo sobre Jesus Cristo, o quarto fator desse intrigante tema.


                                                                                                                                                                            

27 de maio de 2017

Deus e os Talentos - Previdência e Providências

Ézio Pereira da Silva

"... E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias como se o não tiveras recebido?" - 1 Co 4.7.

Deus criou todos os seres humanos e deu a cada um deles uma habilidade específica, um talento para fazer alguma coisa e atender às necessidades da vida, conforme ele mesmo previu.

Segundo o que era imprescindível para cada pessoa, família, grupo, comunidade, sociedade, nação e para a humanidade, ele dotou a todos com um dom especial para realizar tudo o que fosse necessário.

Uns têm o perfil para a liderança; outros, o talento da música; outros, do ensino; outros, das artes, edificações, engenharias, comunicação, agricultura, desenho, administração, transportes, ciências sociais, químicas, físicas, biológicas, matemática, medicina humana, veterinária... E por aí vai.

Veja que tudo está na dependência de Deus em fazer segundo os seus propósitos, dentro de um plano perfeito que ele estabeleceu e está executando.

Ninguém deve ser tão ingênuo, ou presunçoso, a ponto de pensar que escolheu, de iniciativa própria, fazer o que quis, tão somente de acordo com seus pensamentos, vontade ou capacidade própria.

Para isso, havia latente em sua constituição, concedida por Deus, uma determinação biológica que se manifestou mais tarde, conforme seu ser se desenvolvia física e psicologicamente.

Não existe quem, amando ou detestando um determinado sabor ou aroma, possa, a partir de certo tempo, inverter essas preferências. Gostar ou não, por exemplo, de uma fruta, já vem estipulado no DNA de cada indivíduo.

As pessoas escolhem o que fazer, dentro daquilo que mais as atrai e para as quais possuem mais tendência, inclinação ou perfil. É algo ingênito, natural. Um talento que elas percebem com o tempo, e com o qual, depois, vão trabalhar para desenvolver e se qualificarem melhor.

Observe que tudo atende a um propósito e designação do Criador de todas as coisas. O Supremo idealizador e sustentador de toda a sua criação.

Sabe aquela pessoa que não tem perfil, ou habilidade, para determinado trabalho ou para executar certas ações? Não adianta forçá-las a realizar certas tarefas porque, na maioria das vezes, não vai dar em nada.

Pois é! Esses talentos são distribuídos por Deus, segundo os seus propósitos.

Exemplo disso, vemos na construção da Arca da Aliança. Todos os detalhes foram mostrados no Monte a Moisés - Ex 25.40 e 26.30.

Também no plano espiritual, Deus preordenou tudo - 1 Coríntios, capítulos 12 a 14 e Efésios 4.7-11.

Não há quem se premia ou conceda a si mesmo um talento. A pessoa apenas desenvolve ou não a capacidade que lhe foi outorgada por Deus. Aquilo que já recebeu de maneira distintiva.

Dessa forma, qualquer área da vida humana, tanto no aspecto físico, quanto no social, profissional, científico, intelectual e espiritual, possui uma dívida permanente com o Autor da vida, que é Deus!

Ninguém possui nada de sua própria autoria ou iniciativa. Tudo vem de Deus! 

E, como tudo que é bom tem origem nele, a ele são devidas toda honra, glória, louvor e ações de graça, para sempre!

Finalmente, a título de lembrança, não podemos nos esquecer, jamais, de que a Deus prestaremos contas da vida que ele nos concedeu, juntamente com todos os seus adereços.

17 de março de 2017

Aos Ministros da Morte do Supremo Tribunal Federal

Senhores Ministros,

Valho-me desta missiva para me dirigir a alguns ministros do STF - Supremo Tribunal Federal que, no conjunto de três ocasiões completaram a tríade do inaceitável: a decisão (legal?) ilegal de tirar a vida de inocentes. A trilogia da morte legalizada. Votaram e decidiram pelo assassinato de crianças em gestação, portanto, duas vezes vítimas inocentes e indefesas.
Real, cruel, violentíssimo e bem-sucedido atentado a incapazes e indefesos, por motivos fúteis.

Dessa vez, deixo de tratar vocês de excelências, visto que, nesse tema, vocês não estão sendo dignos desse pronome de tratamento formal. Optei pela informalidade.

"Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda."
Salmo 139 - versos 13, 14 e 16.

O texto acima em referência é uma das descrições bíblicas de uma vida (embrião) humana sendo gerada por Deus no ventre de sua mãe.

Um embrião, ou feto, não é como uma árvore ou outra planta qualquer que, ao nascer, temos o domínio sobre ela e podemos podá-la ou cortá-la. Embrião, ou feto, é uma vida criada por Deus. Entenderam? E atentar contra ela é crime! Crime contra a criança sacrificada! Crime contra a Constituição Brasileira e, pior ainda, crime contra Deus! 

No entanto, na hipótese de não acreditarem na justiça divina, devem estar conscientes de que isso não tem a mínima relevância, nem altera em nada a certeza do implacável ajuste de contas eterno.
"O juízo será sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia..." - Tiago 2.13.

Vocês podem até se esquivarem da pena pelos crimes contra as crianças e contra a Constituição mas, da punição do crime contra Deus, jamais se livrarão. A menos, claro, que se arrependam desse crime nefando.

Com efeito, fazendo isso, vocês se tornaram constitucionalmente criminosos. Por isso, meu adjetivo de tratamento a vocês.

A linguagem é grave e pesada? Sim, é! Sou responsável por ela. Para o crime que vocês premeditada e irresponsavelmente cometeram, impondo à Nação Brasileira essa ignominiosa prática, apenas com palavras suaves e adjetivos brandos não há como chamar a atenção de vocês e da Nação.

Não é ofensa gratuita! Apenas expresso a verdade em razão do que fizeram e, daí, os adjetivos dos quais fazem jus.

A insanidade de vocês chegou aos ouvidos do Deus Todo-Poderoso.

Basta! Vocês estão aí para defenderem a Constituição e, em nome dela e contra ela, vocês praticam crimes?

Se pensam que estou fazendo o mal a vocês, não é essa minha intenção. Contudo, se recebem minhas palavras como tal, que assim seja! Se assim é, em contrapartida estou fazendo o bem a milhares de semelhantes seus que Deus criou porém, vocês não querem e decidiram não deixar viverem.

Não julguem que estou militando no campo do fanatismo religioso. A questão é, pelo menos e ao mesmo tempo, biológica, antropológica, sociológica, ética e, finalmente, se enquadra no âmbito do Direito Penal.

Não acredito sensibilizar vocês com outra forma de expressão, por causa da loucura das suas ações. Porque, até agora, vocês têm se mostrado de forma insana, insensíveis.

Já que vocês não são legisladores (apesar de terem usurpado o poder legislativo), nem médicos (outra usurpação ou exercício ilegal da medicina?) e menos ainda geneticistas, com base em qual lei e/ou conhecimento científico vocês instituíram, legalizaram, promulgaram e impuseram ao País essa prática abominável e criminosa, apesar do conhecimento de que ela não é mais segredo?

Não ignoro que vocês não haviam se reunido com pauta para decidirem sobre o tema. Porém, aproveitaram a chance para, quem sabe, serem simpáticos e agradarem a determinados segmentos de mulheres da nossa sociedade, notadamente os grupos feministas e, assim, criaram precedente, abrindo caminho para a legalização definitiva do hediondo e brutal crime do aborto.

O ministro Luís Roberto Barroso, usou a dura realidade das mulheres pobres e desinformadas da sociedade como muletas para justificar seu intento criminoso. Uma legítima e esfarrapada desculpa para enternecer seus pares e chegar ao seu objetivo final de conquistar votos suficientes para aprovar sua tese.

Sob o pretexto de fazerem justiça e favorecerem essas mulheres pobres que, presumidamente, não teriam condições financeiras, vocês beneficiam a vaidade feminina e contribuem para aumentar, ainda mais, a livre e vergonhosa prostituição.

O mencionado ministro sabe muito bem que, nesses casos, favorecer as mulheres pobres é obrigação do Estado. O Estado não faz porque é omisso. Como também é omisso o STF, que deveria exigir do Estado cumprir a Constituição e nada faz.

A solução nunca foi e não é o aborto. Os artigos 7 e 8 do ECA (Lei 8.069/90) determinam ao poder público a assistência e condições dignas ao nascituro e à gestante.

O que vocês fizeram? Acenaram para um crime e, de fato, o legalizaram! Portanto, se tornaram transgressores da lei. Vocês infringiram, violaram gravemente a ordem moral, civil e religiosa. Portanto, praticaram um crime, até então, punido pelas leis.

Mais grave ainda! Construíram esse cenário no âmbito de um processo em que defendiam uma clínica (de Duque de Caxias - RJ) e pessoas inescrupulosas abortivas que agiam ao arrepio das leis. A bem da verdade, nem solicitados vocês foram para darem essa opinião.

Pretextando fazer justiça, vocês colocaram em liberdade empresários criminosos que "trabalhavam" ilegalmente em uma fábrica de abortos, assassinando crianças. Desses, vocês se tornaram cúmplices.

Vocês não se enganaram, não são ingênuos, muito menos inocentes quanto a esse crime. Tiveram tempo de analisar tudo. Pois até vista do processo foi pedida.

Sem dúvida, apenas contribuíram para que se avolumasse o ganho execrável e lucros ilícitos das inúmeras clínicas de aborto existentes no País.

Vocês, por acaso, consultaram através de plebiscito, ou de outro instrumento próprio, a vontade da população brasileira, suas ideias e o que ela pensa a esse respeito? É perceptível que ela não concorda e não aceita o aborto. 

Por que então o STF quer empurrar na sociedade, goela abaixo, o execrável aborto? Uns poucos, exatamente três ministros, decidem em nome de toda a sociedade?

Tiram covardemente a vida de seres humanos nas barrigas de suas mães, sem ao menos lhes dar oportunidade de se defenderem, como manda a Constituição. 

Esse direito, conforme vocês mesmos julgam, a lei faculta até mesmo a verdadeiros bandidos e assassinos, que a sociedade brasileira já conhece muito bem.

Aconselho que voltem atrás nessa decisão de vocês, ou será mais um dos pecados abomináveis, do qual vocês terão que prestar contas ao Deus Todo-Poderoso. Eu não tenho autoridade para garantir se será só na eternidade vindoura. 

Esse juízo intermediário pode começar antes. Deus pode, se quiser,  pois é o Juiz dos juízes, o Rei dos reis e Soberano absoluto dos soberanos, requerer de cada um que votou a favor desse crime, a justificação de seus atos, enquanto ainda vivem.

Se não se arrependerem e não voltarem atrás, não pensem que escaparão aqui ou na eternidade. O pecado de vocês os encontrará e cobrará caro essa insanidade que fizerem a embriões e fetos, que o Deus Altíssimo, o Criador, continua trazendo à existência.

Isso não é uma ameaça mas, denúncia e advertência que faço valendo-me, para tal, da liberdade de expressão que a Constituição Federal me confere e, acima de tudo, da autoridade a mim delegada pela Palavra de Deus.

O Criador dá a vida e vocês tiram a vida?! Certamente, isso tem um preço a ser ajustado com Deus! 

Não se sintam ofendidos. Isso, no momento, é totalmente irrelevante e não tem a mínima importância. A menos que vocês queiram censurar a minha liberdade de me manifestar ante tamanha crueldade e aumentar, ainda mais, a medida da iniquidade de vocês e encher o cálice da ira de Deus.

O que importa agora é o tema em pauta, sobre o qual vocês devem se concentrar para responder. Não à mim mas, ao Senhor dos senhores e Ministro dos ministros.

Se vocês defendem mulheres, empresários, laboratórios e clínicas abortistas (inclusive, as clandestinas) e, por isso mesmo, criminosas, quem defenderá contra vocês as inocentes vítimas dessa sanha assassina, lucrativa, financeira e vaidosa?

E as indústrias de fetos e de cosméticos? Essas, aplaudem de pé!

O propalado, presunçoso, falacioso e suposto direito da mulher sobre o seu próprio corpo, não pode se sobrepor ao direito que possui um outro corpo (embrião ou feto) dentro do seu, dando a este um entendimento contra a razão de que é apenas parte de seu próprio corpo.

Isto se entende quando, segundo a própria natureza, a mulher não é, e jamais foi, dona de seu corpo. Seu corpo não é propriedade sua. Ela apenas deve zelar dele como algo que lhe foi concedido pelo Criador. Não sendo, portanto, de sua autoria e nem criação.

Quem conferiu à mulher o direito de decidir sobre o embrião ou o feto em seu corpo? Alguém apropriadamente já disse que eles não fazem parte do corpo da mulher. É um outro corpo; é uma outra vida que está vivendo dentro do corpo dela.

Vocês labutaram em cima, julgaram e decidiram que a criminalização do aborto viola os falaciosos "direitos fundamentais da mulher", defendidos pelo ministro Barroso. Mas, quais? É direito fundamental da mulher matar uma outra vida em seu próprio corpo?

De acordo com Barroso, a criminalização (do aborto) antes do terceiro mês de gestação viola: 
- a autonomia da mulher;
- o direito à integridade física e psíquica;
- os direitos sexuais e reprodutivos da mulher;
- a igualdade de gênero.

Interessante! Isso significa dizer que até os 3 meses não é crime, porque não é uma vida. Nada obstante, aos 3 meses e um dia passa a ser crime pois, aí já seria uma vida. É isso? Ou seja, até os 3 meses não existe vida. No dia seguinte já existe vida?

Muito interessante! Incrível mistério desvendado pelo STF!

Até onde sei, o direito à vida, conforme a Constituição, se sobrepõe a outros direitos. Mesmo os individuais.

Pergunto aos ministros: e o aborto? Não viola nada? Violação dos direitos fundamentais de vidas inocentes e, pior, sem direito de defesa? Estes direitos não existem? 

Quanto a estes, vocês fingem não ver e, de forma premeditada, desconsideram. Mesmo que a guarda, proteção e defesa da vida, garantida pela Constituição, é responsabilidade de vocês?

Defendem o pseudo direito da mulher decidir sobre o seu próprio corpo. Entretanto, a responsabilidade de defender o direito de decidir sobre o corpo e vida de inocentes está a cargo de vocês.

E o que fizeram? 

Pergunto, agora: quem vai advogar em favor desses inocentes, os quais o STF não considera seres humanos? Quanto a isso, eu mesmo respondo: o Deus que dá a vida!

Finalizando minhas objeções, é todo evidente que este artigo não é um tratado sobre o aborto. É, tão somente, um protesto e advertência dirigida a alguns destinatários, aberto ao conhecimento público. 

Não é, pois, seu objetivo discorrer minuciosamente sobre aspectos científicos do tema. Circunscreve-se, tão somente, a uma abordagem de caráter teológico, com algumas inserções (como não poderia deixar de ser) biológicas, sociais, morais e religiosas.

É uma questão religiosa? Sim! Mas, não só! É, também, uma questão biológica, ética e social. É religiosa pois se trata de quem possui o poder de criar. E este não é o STF mas, Deus, o Criador. Portanto, o STF não tem o poder de obstruir a vida. Muito menos de interrompê-la.

É esdrúxulo o STF definir e decidir sem qualquer base científica nem autoridade, quando começa a vida do ser humano. E, nessa decisão, conferiu a si mesmo, e isso em nome da lei, o direito de matar.

Finalmente, atentem para essa dura verdade:

É incrível! No Brasil, a única pena de morte que existe é para inocentes embriões e fetos.


Pastor Ézio Pereira da Silva



Imagens:
Gospel Prime e Senso Incomum